Fragmentado
Luis Leocádio é um ainda jovem produtor e enólogo que se tem dedicado á procura constante de vinhas velhas ou que tenham uma história para ser contada. E muitas das vinhas que foi descobrindo fazem já parte da história dos vinhos do Douro. Tudo começou no sopé da Serra do Reboredo, que tem 1.000 metros de altitude, o ponto mais alto do Douro, em Paredes da Beira. Solos com imensos afloramentos de granito, granito arenoso e quartzo, em altitudes entre os 700 mts e os 1.000 mts. Por ali passa o rio Távora, em cujas encostas ainda abundam vinhas velhas, muitas delas centenárias, que passaram de geração em geração e que se mantêm a produzir uvas graças á persistência de quem as trabalha. Luis Leocádio faz uma abordagem simples com esses viticultores, pois tem os mesmos desejos deles: preservar esse património riquíssimo e continuar a produzir vinhos que possam exprimir aquelas terras, aquelas encostas, aqueles ventos, aquela frescura e acima de tudo que representem o trabalho imenso daquelas gentes ao longo dos tempos, até aos nossos dias.
Era uma região menos valorizada pois as uvas não davam para fazer vinho do Porto.
Muitas vinhas foram abandonadas mas alguns viticultores resistiram, teimosamente, muito pela paixão que têm para com as vinhas com quem falam como falam com os animais. É destas vinhas velhas centenárias, entre os 750 e os 850 metros de altitude que nascem estes vinhos tão especiais, em solos predominantemente graníticos.
Fragmentado Branco
É um lote de vários anos com 13 castas identificadas pouco vulgares de 4 anos: 2015, 2016, 2017 e 2018.
Apresenta uma cor amarela palha muito límpido.
Um perfil duma elegância incrível, fruta branca de caroço, levemente fumado, bastante floral, com leves notas de toranja e lima. Um nariz exótico e irreverente. Na boca mantém o perfil de extrema elegância, macio, gordo, com belo volume. Acidez intensa, bem presente, a dar-lhe frescura.
Um final de boca interminável, um vinho que pede comida requintada, como um salmão selvagem marinado e um queijo de cabra da Massuça.
Ouve-se a abertura “Tannhäuser” de Richard Wagner, de olhos fechados.
Fizeram-se 1.500 garrafas
PVP-90€
Fragmentado Tinto 2017
São 17 castas que fazem este lote, apenas de um ano, 2017, um ano fantástico.
Suavemente frutado, com notas de frutos vermelhos, a madeira levemente presente, com bastante frescura.
Notas vegetais e plantas silvestres, ligeiro fumo, a dar-lhe um perfil levemente rústico. Taninos ainda bem presentes embora finos, acidez intensa e muita frescura, notas de eucalipto, levemente resinoso a fazerem dele um vinho muito gastronómico. Final que parece não ter fim, é daqueles vinhos que apetece sempre beber mais um copo.
Foi pisado em lagar de granito e estagiou 32 meses em barricas de carvalho francês duma pequena tanoaria muito especial. Todos os pormenores são importantes para fazer um grande vinho como este.
Para acompanhar umas perdizes estufadas dos sete tempêros, receita da minha bisavó transmontana de Carraseda de Ansiães. A ouvir o virtuosismo de Eric Clapton e a sua guitarra a tocar “Over The Rainbow”.
Sensações a tocar a perfeição…
Fizeram-se 1.300 garrafas
PVP – 90€
Sobre estes vinhos diz Luis Leocádio:
“A ideia foi criar um topo de gama que melhor refletisse a concentração das nossas vinhas centenárias.
São 30 castas identificadas: 17 tintas e 13 brancas.
Parcelas de vinha centenária, plantadas a uma altitude entre os 750 mts e os 850 mts, com um solo de transição xisto – granítico, pobre e acidentado, que demonstram uma acidez surpreendente. Pertencem a um Douro à parte do restante Douro: longe do Rio Douro, do xisto, das cotas baixas… antes um douro virado para o Rio Távora, em altitude, solos de granito. Sendo uma zona fresca sempre foi mais virada para a produção de vinhos de mesa, com o vinho do Porto quase inexistente ou mesmo inexistente.
Branco: Uvas frescas no seu ponto ideal de maturação, apanhadas à mão para caixas de 20 kg, transportadas para a adega onde foram sujeitas a uma criteriosa escolha manual. São desengaçadas, esmagadas e maceradas durante 48 horas, seguidamente seguem para barricas de carvalho francês, onde fermentam e estagiam. Este vinho é um lote de vinhos de vários anos (2 barricas de 2015, uma barrica de 2016, 2017 e 2018)
Tinto: Uvas frescas no seu ponto ideal de maturação, apanhadas à mão para caixas de 20 kg, transportadas para a adega onde foram sujeitas a uma criteriosa escolha manual. São desengaçadas e pisadas a pé em lagar de pedra, onde fermentam. O vinho posteriormente vai para barricas de carvalho francês onde permanece em estágio durante 32 meses.”
Mas o invólucro também foi alvo de um cuidado extremo.
“Garrafa Borgonha CRU classe… a ideia foi que sendo uma garrafa que concentra o vinho numa área mais pequena, a par da grossura do vidro e caixa de madeira em gaveta (2 x mais proteção) o vinho tem um fator adicional de proteção às amplitudes térmicas, podendo envelhecer de forma constante e positiva”.
Assim se cria uma verdadeira obra de arte, pelas mãos de quem sabe. O Douro merece e todos nós agradecemos.
E está tudo dito!
