É no Baixo Alentejo, na Herdade Vale d´Évora, na região de Mértola, que se desenvolvem as vinhas de cujas uvas são feitos estes vinhos brancos.
A herdade está integrada no Parque Natural do Vale do Guadiana, são 550 hectares de terreno, onde, além da vegetação bravia, há pinheiros mansos, azinheiras e medronheiros. E a vinha da Discórdia.
São solos muito pobres, com muito pouca água e temperaturas elevadas no verão, embora com grandes amplitudes térmicas entre noite e dia. E a vinha gosta disso. Assim como gosta dos solos xistosos que ali encontrou e onde se sente muito bem, desenvolvendo uvas de muita qualidade, que também vão buscar influência nas plantas selvagens da região, com grande predominância de estevas, entre outras.
Chamaram a estes vinhos “Discórdia”, embora não provoquem nenhuma discórdia entre quem os prova e bebe, pois são muito apreciados. Daqueles que apetece sempre beber o copo seguinte, o que é sempre uma boa referência.
Foram agora apresentados, numa sessão on-line, os dois novos brancos desta casa.
Discórdia Branco 2018

Embora lançado com a ideia de ser consumido no verão, tem sido muito bem aceite e passou a ser consumido todo o ano.
Além da influência fantástica do xisto, as plantas selvagens dão-lhe alguma rusticidade. Muita frescura, com algumas notas citrinas e uma bela acidez, num vinho bastante equilibrado que se pode beber como aperitivo, apenas para refrescar, mas que liga muito bem com vários tipos de petiscos e pratos, e não necessariamente os da belíssima cozinha alentejana. Este moderno vinho branco do baixo Alentejo vai muito bem com pratos leves de peixe e mesmo algum marisco, acompanhado da música alegre de Martinho da Vila – “Canta, Canta Minha Gente”.
Foram engarrafadas 18.000 garrafas
PVP – 8,50€
Discórdia Grande Reserva Branco 2018

Um vinho muito especial, feito com uvas da casta Arinto, também com a nítida influência dos solos repletos de xisto, a transmitir-lhe acidez e muita frescura. Embora a influência do rio Guadiana seja uma boa influência, o momento da vindima é aqui crucial, para poder ir buscar tudo o que as uvas têm, sobretudo a frescura e a acidez.
Para isso as uvas foram apanhadas mais cedo, o que permite que o vinho tenha apenas 12,5% de teor alcoólico, o que é muito bom.
Fermentou em cubas de inox e foi depois para barricas de madeira usada de carvalho francês, de 500 l, com muita batonage. E com muito tempo…
Um vinho quase enigmático, com notas intensas de lima e limão e uma grande frescura. Na boca tem grande textura, é gordo, excelente acidez, muita mineralidade e uma secura extraordinária e elegante. Vai evoluindo no copo, sempre a melhorar e a dar-nos imenso prazer. Um belo vinho branco, que liga bem com pratos de bacalhau, peixe assado no forno, algumas carnes brancas bem temperadas e queijos de boa cura, secos, intensos.
E ouve-se a música de Brahms.
Foram produzidas apenas 640 garrafas.
PVP – 29,70€
Já sabem, na próxima ida ao Baixo Alentejo, uma paragem na Herdade Vale d´Évora é obrigatória, ali para os lados de Mértola…