Um ano óptimo no Douro, que deu grandes vinhos de mesa mas também belos vinhos do Porto, nas várias categorias. O LBV é um vinho do Porto da classe Ruby e é, passe a expressão, um Vintage que não chegou lá…É na realidade um Vintage (está no nome), mas que é engarrafado vários anos depois, ao contrário do Vintage tradicional, que tem obrigatoriamente de ser engarrafado ao final do segundo ano. A maior parte dos LBV é produzido por vontade dos produtores, sendo um vinho de características muito próprias. Mas com um preço muito inferior ao seu irmão mais velho, o Vintage.
Este LBV 2015 foi produzido a partir de uvas das vinhas de Ervamoira e do Bom Retiro e foi pisado a pé, como é tradição na Ramos Pinto. Depois de pronto no Douro, viajou até ao Porto onde estagiou na tranquilidade das caves em Vila Nova de Gaia. Ali ganhou as características pretendidas pela equipa de enologia liderada pela enóloga Ana Rosas. Até que, em 2019, foi engarrafado, para agora o podermos provar.
Gosto de provar vinhos generosos levemente refrescados e assim aconteceu com este LBV. A cor é ainda de um ruby carregado, quase opaco, a deixar lágrima generosa no copo. No nariz revela toda a sua complexidade, intenso e muito fresco, com notas bem presentes de frutos vermelhos como morango e framboesa, e já com notas de especiarias – pimenta preta, pimenta rosa, cravinho – muito características. Na boca revela-se cheio, denso, com os taninos autoritários mas muito bem integrados, a dar-lhe estrutura. Óptima acidez a contrastar com as notas intensas de frutos pretos, um vinho muito equilibrado que tem um final de boca longo e muito saboroso. Apetece sempre mais…E vai bem com alguns pratos principais, como pratos de caça. Eu costumo ligá-lo com um bife três pimentas com batatas fritas, uma boa surpresa. E com queijos, claro, sobretudo de pasta mole.
E ouve-se Eric Clapton a interpretar “Can´t Find My Way Home”, uma beleza.

PVP – 18,00€