Quinta do Mato, Sá, 4950-740 Monção
Telefone: 934 459 171
A Quinta do Mato é uma propriedade tradicional do Alto Minho, no interior do concelho de Monção, que remonta a 1683 e pertence á mesma família já há cinco gerações. Eram terrenos agrícolas, que faziam milho na parte baixa e centeio na parte mais alta. Além disso produziam gado e hortícolas. Em termos vinícolas produziam sobretudo vinho tinto para consumo próprio e ainda existe na propriedade um lagar de granito onde se pisavam as uvas tintas. Hoje têm 7 hectares de vinha, totalmente da casta Alvarinho, com várias exposições solares e altitudes, neste caso entre os 150 e os 300 metros. Usam apenas metade dessas uvas para produzirem as 20.000 garrafas que comercializam.
Dessas, cerca de metade são para exportação.
A propriedade é dominada pela belíssima casa em granito, um solar minhoto tradicional, bem adaptado á vida moderna, e pelas vinhas ali á volta. O produtor da mais recente geração, Miguel Queimado, vive mesmo ali com a família, usufruindo de toda aquela beleza e tranquilidade.
Numa pequena adega, muito bem equipada, fazem-se todos os trabalhos necessários para obter a qualidade pretendida nos vinhos, cuja fasquia é invariavelmente muito elevada. O que está bem presente quando se provam e bebem estes Alvarinho de excelência.
As quatro referências de vinho da casa estão divididas por duas coleções, sendo as diferenças sentidas pela expressão da casta, nas diferentes altitudes e nos diferentes solos, que são em granito puro e duro ou em granito arenoso, o que influencia claramente a exuberância de cada vinho. Outra das diferenças vem dos vinhos terem mais ou menos batonage. A referência de Borras Finas passa 18 meses sobre as borras.
Provemos os vinhos…
Vale dos Ares Alvarinho Colheita Branco 2020
É um Alvarinho clássico, ainda jovem, com aquelas notas
de flor de laranjeira, casca de laranja e toranja, cheio de frescura e leves notas exóticas no nariz. Na boca tem bastante frescura aliada a uma acidez vibrante, com muitas notas citrinas. Um vinho vivo, com bastante cremosidade, envolvente, cheio de elegância com final intenso e longo.
Para apreciar a ouvir a música alegre de Jorge Ben.
Vale dos Ares Limited Edition Branco 2017
A casta Alvarinho sempre a dar-nos as sua notas de frescura e fruta, de citrinos bem presentes. Algumas sensações minerais mas a notar-e alguma evolução no conjunto, com apontamentos de fumo que vêm certamente de ter acabado a fermentação em barrica. Na boca é gordo, cheio, expressivo, ainda com bastantes citrinos, casca de laranja e toranja, com frescura intensa a dar-lhe harmonia. Acaba com grande elegância num final bastante longo., enquanto se ouve a música do pianista Steve Kuhn.
Vale dos Ares Alvarinho Borras Finas 2019
Este vinho fermenta em cubas de inox e depois estagia durante 18 meses nas mesmas cubas sobre as borras finas. Foi certamente buscar ás borras aromas mais complexos, com muitas notas de citrinos, limão e lima, algum floral elegante, flor de laranjeira e imensa frescura.
Na boca é envolvente, cheio, mantendo a frescura, com acidez intensa que equilibra o conjunto. Um vinho que nos desafia constantemente e apresenta final longo e sério.
Para apreciar a ouvir o concerto de Aranjuez.
Vale dos Ares Vinha da Coutada Branco 2017
Este vinho é especial, provém de uvas duma vinha com mais de 30 anos, a 250 metros de altitude e em solo granítico puro. O mosto fermentou em barricas de carvalho francês. Esteve em estágio durante 12 meses em barrica e outros 12 meses em garrafa.
De cor amarela intensa citrina, apresenta bastante complexidade no nariz, com notas de citrinos e frutos secos, leve toque de flor de laranjeira e mesmo de toranja. Tem já alguma evolução, que lhe dá classe. Na boca tem por um lado muita elegância, mas por outro é uma explosão de sensações, desde a acidez intensa, segura, bem presente, até ás notas secas, de alguma fruta de polpa e uma cremosidade envolvente, que atravessa toda a prova, com um final imenso, brilhante.
Um vinho que dá imenso prazer beber sem mais nada, mas que proporciona óptimas ligações com comida, por exemplo com mariscos frescos.
Ao som do concerto nº 1 para piano de Tchaikovsky.
Uma beleza!
Vale dos Ares Alvarinho Colheita 2013
Provou-se ainda uma curiosidade, o Alvarinho 2013.
Que provou claramente a grande capacidade do vinho Alvarinho para evoluir com o tempo, resultando em vinhos deliciosos. Como este 2013, que apresenta uma cor amarela mais carregada, embora muito limpo, a denotar já alguma evolução. O que se confirma no nariz, com aromas complexos, alguns frutos secos, notas ligeiras de mel, de frutos bancos bem maduros, maçã cozida e aquele toque ligeiro de querosene. Na boca apresenta-se extremamente elegante, envolvente e cheio, levemente seco, apetrolado, ainda com alguma frescura e toque de frutos secos. Um vinho deliciosamente complexo que desafia os nossos sentidos até ao fim.
Para apreciar a ouvir Quincy Jones, “What´s Going On”.
Vale dos Ares, um projecto vencedor, grandes vinhos.