Av. Comendador Joaquim de Almeida Freitas, 56, Moreira de Cónegos, 4800-089 Guimarães
Telefone: 253 561 853
Móvel:917541548
Mail:geral@restaurantesaogiao.pt
Reservas: thefork.pt
Fecha domingo à noite e segunda-feira
Pedro Amaral Nunes nasceu na cidade do Porto onde estudou e teve uma educação tradicional. Desde muito cedo que revelou paixão pela culinária e já na adolescência fazia uns petiscos para os amigos que eram bastante apreciados. Cedo deixou uma profissão na área comercial de máquinas agrícolas, para abrir este seu S. Gião, em Moreira de Cónegos, corria o ano de 1987. Ali foi criando uma casa de bem comer que se notabilizou, dando largas á sua criatividade, utilizando produtos de enorme qualidade e fazendo incursões na gastronomia de outros países, sobretudo Espanha e França, mas sempre respeitando e servindo o receituário tradicional português. Ao longo dos anos foi fazendo algumas alterações, a casa ficou mais confortável, sempre com a cozinha a brilhar, utilizando até hoje fogões e fornos de lenha, de onde saem petiscos e pratos elaborados de excepção. Foi mantendo uma equipa coesa e dedicada, e há 18 anos começou a fazer catering, em sociedade, que ganhou fama rapidamente, tal o nível de qualidade, não tendo concorrentes que se lhe assemelhem. Começou mesmo a sair da região, chegando a fazer vários serviços para a Presidência da República, em Lisboa.
Pedro Nunes é reconhecido e admirado por muitos dos seus colegas de norte a sul do país, fazendo também algumas incursões no estrangeiro.
Mas mantém a sua simplicidade e humildade, dedicando-se apaixonadamente ao seu S. Gião, tendo já a trabalhar consigo um dos filhos, que se formou nesta área.
O S. Gião é um espaço construído para o efeito mesmo por cima do campo desportivo do Moreirense, em Moreira de Cónegos, uma freguesia pertencente ao concelho de Guimarães. Um espaço discreto por fora, com acesso através de enorme porta de madeira maciça. Recebe-nos uma sala de boas dimensões, muito bem decorada, bordejada por enormes janelas que deixam entrar muita luz e ver a dimensão dos campos á volta e, da parte de baixo, o campo de futebol do Moreirense. Ao centro da sala enorme lareira, sempre a funcionar no inverno, a dar um toque suplementar de conforto. À direita um pequeno balcão onde por vezes estão alguns petiscos para picar, ou mesmo enorme champanheira com muito gelo e algumas garrafas de champanhe ou espumante português, para se provar e tirar a sede antes da nos sentarmos á mesa.
As mesas são de boa madeira, com cadeiras a condizer, extraordinariamente bem postas, com tudo o que é necessário para usufruir uma bela refeição. O serviço está a cargo de profissionais muito bem formados, alguns deles há mais de 20 anos na casa, a acompanhar o Pedro Nunes e em completa consonância com ele. Embora a ementa vá variando conforme o que vai aparecendo nos vários mercados onde Pedro Nunes procura incessantemente produtos de execelência, há muitas entradas e pratos fixos, que a imensa clientela não deixa que dali saiam, e com muita razão. Há sempre sopa, que pode ser de legumes, de peixe ou caldo de perdiz, todas saborosíssimas e servidas bem quentes. Depois vem uma panóplia de entradas onde o mais difícil é escolher, tal a variedade e qualidade e muitas vezes, a exclusividade.
Ventresca de atum de cura própria, morcela de arroz, carpaccio de boi com rúcula e queijo parmesão, ovos mexidos com cogumelos e gambas, um desconcertante mil folhas de foie gras e trufas, feijoada de cogumelos, perdiz de escabeche, foie gras com figos, rins de cabrito grelhados, tutano com legumes e pão grelhado, peito de pato fumado com molho de amoras, ostras com molho de chalota e lavagante, ensopado de espargos selvagens, uns incríveis pézinhos de porco recheados com cabrito e muitas, muitas mais, que vão variando durante a semana, ou se o Pedro Nunes se lembrar de fazer algo diferente.
A ementa começa naturalmente pelos pratos de peixe e, sendo o Pedro Nunes grande apreciador, pelos pratos de pescada fresca: filetes de pescada com salada russa, pescada grelhada e colarinho de pescada á S. Gião, cozido com todos. Lombo de robalo com molho de salsa ou rodovalho em court-bouillon são outras possibilidades, requintados, soberbos.
Nas carnes a variedade é muita e com diversos estilos, começando nas excelentes tripas á moda do Porto, açorda de perdiz, a tradicional perdiz á Convento de Alcântara, rojões de porco ibérico saborosíssimos, rabo de touro e uns desafiantes ravioli com rabo de boi e trufas.
Joelho de porco no forno com feijoada de cogumelos, couve lombarda recheada com carnes de caça e um famosíssimo folhado de caça, as carnes de caça desfiadas e muito bem temperadas e uma massa folhada que é um pecado! O cabrito assado no forno quando aparece é assado no forno de lenha, assim como a vitela assada. Por encomenda ou em dias especiais, há capão assado no forno com todos os matadores, bichos que Pedro Nunes manda criar em Freamunde. E quando prepara um cozido á portuguesa, com uma variedade e qualidade de carnes impressionante, este é servido na sala em rechauds, com as carnes e enchidos separados, para que cada um se sirva do que mais aprecia, com o pormenor de estar sempre tudo bem quente. O Pedro está sempre a rodar pela sala com a sua simpatia, verificando que tudo esteja conforme e sabendo da satisfação dos clientes.
A lista de sobremesas é também enorme, mas destaco a curiosidade do pêssego no forno com gelado de baunilha, a tradição do Pudim do Abade de Priscos e a exclusividade das canilhas, baseadas nas espanholas mas com um toque secreto do Pedro Nunes. Comem-se á mão, uma atrás das outras, uma lambarice…
A carta de vinhos é fantástica, com vinhos de todas as regiões do país e muitos vinhos antigos e, do estrangeiro, uma grande variedade de champanhes, a grande paixão do Pedro Nunes.
O S. Gião é já há muitos anos uma referência nacional mas também muito conhecido no estrangeiro, uma casa de bem comer de visita obrigatória para os apreciadores.
No fim, bebe-se mais um copo de espumante, e brinda-se com o Pedro, antes do regresso a casa…