Fecha domingo ao jantar e segunda-feira
É um dos restaurantes da cidade com mais tradição, sempre a servir e defender a comida tradicional portuguesa, que abriu em 1985. Em 2011 o Rogério decidiu tomar outro rumo e passou o restaurante, quando foi até Angola.
Em 2018 regressou ao Porto e tomou novamente conta do restaurante, tendo mesmo conseguido ir buscar a cozinheira de sempre, a D. Fátima, para satisfação imensa de todos os clientes e amigos.
Mas era necessário modernizar a casa e assim se fez. Agora apresenta-se mais airoso, cheio de luz e com a vasta garrafeira exposta em prateleiras á volta da sala. Logo em frente, por detrás do enorme balcão de serventia que também tem o expositor de peixe e marisco, está a cozinha, ali á vista, onde tudo se passa! O Rogério continua a ser o responsável pelo corte de peixes e mariscos, o que faz com indisfarsável prazer: corta as postas do peixe galo, corta filetes de pescada, descasca uns carabineiros, e o que mais for necessário. Do lado direito do balcão algumas mesas para clientes fumadores e, lá fora, a grande novidade duma esplanada em madeira, muito acolhedora.
Mesas postas com simplicidade e serviço profissional e simpático, como sempre foi nesta casa de bem comer.
Ali começa-se a petiscar: pão e broa óptimos, azeitonas, presunto bem fatiado, umas rodelas de salpicão fantástico e belíssimo chouriço assado. Petingas, cogumelos salteados, tripas enfarinhadas e queijo amanteigado.
Mas muitas outras delícias podem aparecer á mesa, para ambientar o palato. Há sempre um boa sopa de legumes da época, quase obrigatória.
O peixe e o marisco frescos são imagens deste Rogério: filetes de pescada com salada russa, peixe galo frito com açorda de ovas e ovo escalfado, rodovalho, robalo, linguado grelhados. Camarão e percebes, santola e sapateira, lagosta e um delicioso arroz de carabineiros, malandrinho e bem temperado. O bacalhau á facho é outra tradição: enorme posta alta de bacalhau bem trabalhada, frita em azeite abundante, com batata frita ás rodelas e muita cebola e, á parte, um delicioso arroz de bacalhau soltinho.
Nas carnes o destaque vai para o galo, daqueles autênticos, que em certos dias ou por encomenda, é serviço em soberba cabidela, tudo no ponto, incluindo o vinagre, e que também pode ser servido noutra versão, estufado com batatas e ervilhas. Quando há rojões, a fila á porta é uma constante, pois são muito completos e divinais. Também as tripas á moda do Porto, a mão de vaca com cenoura e ervilhas, a língua estufada e mais alguns pratos que nos lembram outros tempos. Durante o inverno e até perto do carnaval, duas vezes por mês, o Rogério prepara um cozido á portuguesa fantástico, com produtos transmontanos, entre enchidos, fumeiro e legumes – que o Rogério vai buscar a fornecedores de longa data. A cabeça do porco é cozida inteira e o Rogério vem á mesa com enorme tábua, para cortar pedaços da cabeça na mesa dos clientes, ao gosto de cada um. Um ritual!
A vitela e o cabrito assados no forno são uma constante e são deliciosos. Ainda há alguns bifes e um enorme costeletão de boi bem trabalhado na brasa.
Uma grande variedade de sobremesas, com destaque para o bolo de bolacha, á maneira antiga, perfeito!!
Grande regresso deste Rogério do Redondo, a cidade agradece.
Depois só nos faz bem um passeio a pé até á Batalha e á rua de Santa Catarina…