Quinta de Santiago, Caminho da Bigaira, nº 16 , 5040-494 Mesão Frio – Douro Valley
Contactos:
Rafael Miranda
Tel. +351 969207903
Mail: rafael.miranda@maoseirmaos.com
Foi uma visita de amigos, de gente que gosta de vinho e de o provar no seu habitat natural e que gosta de apreciar petiscos diversos a acompanhar. Foi num dia muito quente deste verão de 2020 que saímos juntos do Porto e rumamos à Rede, logo abaixo de Mesão Frio, para uma visita à sede do produtor Mãos, tendo sido nosso anfitrião o Rafael Miranda e a sua simpática mãe. Mas primeiro ainda fomos a um miradouro, mais acima, onde o Rafael nos mostrou e explicou a orografia desta sub-região do Baixo-Corgo, as várias altitudes das vinhas e as suas exposições solares. Falou um pouco das várias castas, entre brancas e tintas, a sua evolução, os lotes que por ali fazem e aquelas que utilizam como mono-castas e que têm dado tão bons resultados.
Enquanto falávamos e questionávamos o Rafael, ele abriu umas garrafas de Mãos Rosé, bem fresco e presenteou-nos com uma bola de carne tão tradicional ali da região. A coisa começava bem! Regressados à Rede, foi à volta da piscina que tudo aconteceu, com aquela paisagem soberba sobre o Douro, a passar ali mais abaixo, uma beleza. E houve mesmo quem não resistisse a dar um mergulho na piscina, entre os quais o próprio Rafael. A coisa prometia. E lá se foram abrindo algumas garrafas de vinho, que o Rafael foi apresentando, com aquela paixão que lhe conhecemos, sempre entusiasmado, falando daquilo que conhece bem, ele que é um homem do campo, do terreno. São várias propriedades ali no Baixo-Corgo e uma mais acima, no Douro Superior, num conjunto de mais de 150 hectares de vinhas.
As castas brancas Viosinho, Rabigato, Gouveio e Códega do Larinho, entre outras, são responsáveis pelos belos brancos da casa, vinhos cheios de personalidade, com muita frescura e com acidez intensa que os torna muito interessantes. Sejam estagiados apenas em cubas de inox, sejam os que passam pelas barricas de madeira, estes mais complexos, desafiantes, concentrados, mas uns e outros a dar óptimas ligações gastronómicas, como aliás se viria a comprovar durante a prova e a refeição. Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão e algumas outras castas tintas fazem vinhos tintos cheios de corpo, vivos, intensos, mas sempre com imensa elegância. Uns mais simples e acessíveis, outros mais poderosos e complexos, cheios de estrutura, vinhos que já se bebem muito bem, mas que se hão-de guardar por alguns anos e nos vão dar grande prazer a beber, e recordar.
Conforme a prova foi decorrendo fomos convidados a servir-nos dos muitos e óptimos petiscos que estavam ali bem expostos: bolinhos de bacalhau, croquetes, rissóis, folhados de carne, chamussas, a tal bola de carne, tábuas de enchidos e de queijos diversos, moelinhas deliciosas. A prova continuava a evoluir e, já sentados á mesa, foi a vez de transitar directamente do forno de lenha um soberbo bacalhau assado no forno, com muita cebola e batata assada, a nadar em azeite! Fantástico. O problema agora era saber qual o vinho ou vinhos a escolher…Mas ainda não tinha acabado! Nada disso!! Do mesmo forno de lenha veio então o cabritinho assado na companhia de um fantástico arroz de forno, a cheirar a fumo, irresistível! Houve quem continuasse nos brancos com madeira e quem se refugasse nos tintos, poderosos, a fazer grande companhia ao cabrito. E houve quem se refugiasse na beira da piscina, em contemplação…
Que grande dia no Douro, onde se comeu, se provou e bebeu grandes vinhos e onde se aprendeu muito.
Obrigado amigo Rafael, até á próxima…