A Aveleda é uma casa produtora de vinhos com grande tradição, já lá vão muitas gerações e este ano celebra os 150 anos de existência. Embora com a ajuda dos mais velhos e a sua enorme experiência, a nova geração tem vindo a proceder ás necessárias modernizações, com bastante sucesso. Não só apresentando novos vinhos mas também fazendo evoluir os vinhos mais tradicionais. E trabalhando cada vez melhor as várias castas da região, sobretudo a Loureiro e a Alvarinho. Com uma equipa de enologia liderada pelo Engº. Manuel Soares, com enorme experiência, têm juntado uma considerável melhoria estética á excelência dos vinhos. Os novos rótulos são mesmo muito interessantes e são roupagem adequada aos 6 novos vinhos verdes que apresentaram recentemente. Com a curiosidade adicional de trabalharem as mesmas castas de terrenos distintos, sobretudo de granito e de xisto. E, ao provar, notam-se as diferenças.
Um belíssimo trabalho.
Loureiro 2019
Muito aromático, com ligeiro toque de fruta, sem exageros, equilibrado, ainda leves notas tropicais, perfumado, muito agradável.
Na boca alguns apontamentos florais da casta, cheio de elegância, ainda com bastante fruta, algum citrino a óptima acidez, bem característica dum vinho verde. Um belo trabalho de viticultura a dar um vinho moderno, cheio de frescura, a proporcionar muito boas harmonizações com comida. Sushi e comida asiática são óptimas companhias, assim como a música divertida de Lady Gaga.
Solos de Xisto Alvarinho 2018
Nariz fumado, muito cítrico e cheio de frescura.
Bela acidez, muito equilibrada e alguma mineralidade a dar-lhe riqueza. Seco mas guloso, levemente austero, mas ao mesmo tempo intenso, desafiador, com um toque suave de rusticidade muito interessante. Um Alvarinho diferente,
um vinho branco moderno a pedir comida.
E ouvir uma balada de Bruce Springsteen.
Solos de Granito Alvarinho 2018
Seco, aveludado e muito elegante. Quase sofisticado, com alguma complexidade, apontamentos suaves de fruta. A casta Alvarinho a revelar notas de citrinos, bastante mineral, com bom volume de boca, acidez intensa e persistente e bela estrutura. Um vinho para acompanhar pratos de marisco elaborados e queijos de cabra. E ouvir a música morna do Buena Vista Social Club.
Parcela do Roseiral 2018
Um vinho muito especial.
Muito fresco, levemente fumado, alguma fruta branca de caroço. Na boca apresenta uma grande acidez, seco, levemente citrino, bastante aveludado e elegante mas também intenso, untuoso, muito harmonioso. Um vinho de conforto que liga bem com queijos de pasta mole, mesmo alguns queijos curados.
Ao ritmo da música de Anita Baker, tranquilamente…
Alvarinho/Loureiro 2019
Belo nariz, o floral da Alvarinho bem presente, alguma fruta branca, muito equilibrado.
Na boca é intenso, com boa estrutura, ainda a casta Alvarinho a comandar as notas, complexo mas elegante. Óptima acidez num vinho que tem muitas harmonizações á disposição, como uns bons filetes de pescada fresca com maionese levemente refrescada.
Mas também se pode beber sozinho, recostados no sofá, a ouvir “Onda”, de António Carlos Jobim.
Alvarinho 2019
É uma casta branca extraordinária. Aqui muito bem trabalhada, desde a viticultura á adega, por quem sabe. Muito frutado no nariz, intenso, alguma fruta tropical sem exagero, muita frescura. Na boca tem uma acidez fantástica, vibrante, é seco, muito intenso, fica no paladar, a pedir mais.
Perfeito para acompanhar umas ostras frescas só com limão. Depois, só com o vinho no copo, apreciamos a beleza da música de Ryuichi Sakamoto.