Enologo de formação, trabalhou com Anselmo Mendes, em Melgaço, onde ganhou tarimba. Ainda com o Anselmo, começou a fazer o seu próprio vinho, um verde tinto.
Começou também há uns anos uma consultoria com um produtor de Celorico de Basto, com bastante sucesso.
Em Janeiro de 2022 separou-se do Anselmo para se dedicar ao seu projecto pessoal, incluindo algumas consultorias. Como um novo projecto dum produtor em S. João da Pesqueira, de que ouviremos falar. Tem também uma parceria com um pequeno produtor da ilha Terceira, nos Açores.
Recentemente apresentou novas colheitas, no restaurante Delicatum, em Braga.
Começou pelo Turra 2021, de Celorico de Basto, feito com Azal, Arinto e um pouco de Alvarinho. Grande frescura e acidez segura e equilibrada. Um verde elegante e moderno, que vai satisfazer muita gente. E que liga bem com vários tipos de comida.

Depois fizemos uma incursão na ilha da Terceira, nos Açores, provando o Materramenta, de 2021. Feito com Verdelho e um pouco de Arinto dos Açores (Terrantez do Pico), estagiou em barricas de carvalho de 225 litros, onde fez fermentação malolática.
Aqueles terrenos de origem vulcânica a darem-lhe uma acidez incrível, vibrante! Mas ao mesmo tempo muito elegante no nariz, levemente seco. Algo cremoso na boca, com notas vegetais, terroso, um vinho desafiante com apenas 11,5 graus de álcool. Desta colheita produziram apenas 400 garrafas, mas têm possibilidade de fazer um pouco mais. Um vinho incrível!

Passamos depois ao primeiro Alvarinho, o Afluente da colheita de 2020, fermentado em barricas usadas. Nariz exótico, cheio de elegância, aveludado, com belas notas minerais. A boca é envolvida por uma acidez intensa, dando-lhe leve secura, e uma mineralidade que lhe dá complexidade, muito interessante. Um vinho muito exclusivo, de grande nível, na linha dos vinhos do Constantino.
Seguiu-se o mesmo Afluente mas da colheita de 2017, em jeito de comparação. É já um vinho de referência e continua excelente. Menos fruta, mais complexo, deliciosas notas de evolução e um final longo que nos desafia constantemente. Um vinho gastronómico por excelência.

Finalmente, talvez o vinho mais aguardado da noite, o Zaphirah da colheita de 2021, a sua última edição. Feito sobretudo com Borraçal e Brancelho, a que juntou um pouco de Vinhão, Caínho e Espadeiro.
Sempre com aquele aspecto dum palhete, cheio de elegância, sedoso, notas quase fumadas no nariz, mas com uma acidez intensa que ajuda a equilibrar o conjunto. Vai evoluindo no copo, ganhando garra, dando cada vez mais prazer a cada nova golada. Um vinho de referência nos tintos da região dos vinhos verdes.

No final, provaram-se dois vinhos tintos estrangeiros, que influenciaram o Constantino na criação do Zaphyrah – um Barbarela italiano e um Beaujaulais francês. E tudo ficou mais bem explicado.

Durante a prova apreciou-se um cheese-cake de bacalhau, uma lasanha de bochechas de porco e um gelado com fruta e caramelo.
Esteve-se muito bem.
O Constantino Ramos vai continuar a fazer experiências e a surpreender com grande vinhos.
Venham eles!