Largo França Borges, 308
4415-240 Pedroso
Carvalhos – Vila Nova de Gaia
Telefone: 22 784 2111
Fecha ao domingo
É um clássico da restauração a norte, situado nos Carvalhos, no concelho de Gaia. Fundado em 1942 pelo sr. Mário Moreira dos Santos, conhecido por Mário Luso, avô da actual proprietária, e depois seguido pelo seu pai, o sr. Melo e a sua mãe, D. Arménia, conhecida pela Meninha do Luso.
Mantém as mesmas instalações, belíssimas, com uma entrada em que madeira e granito estão por todo o lado e onde se pode apreciar nas paredes um pouco da história desta casa, já lá vão 80 anos.
A sala principal continua muito bonita, mantida com todo o cuidado: o escaparate das sobremesas logo á entrada, alguns armários que exibem vinhos com bastante idade, o balcão que deixa ver a enorme cozinha, imaculada. Ao fundo o balcão principal, que exibe muitas garrafas de vinho e uma velha máquina de café de “saco”, a lembrar outros tempos. Na outra parede, loiças antigas, algumas preservadas em vitrinas e a enorme coleção de chapéus, que é umas das imagens desta casa de bem comer.
Mesas espaçosas e cadeiras muito confortáveis. Em tempo de pandemia as mesas tiveram que suportar toalhas e guardanapos de papel, em nome da segurança, mas logo que foi possível regressaram as belíssimas toalhas de algodão branco com o símbolo do restaurante no meio, outra das imagens de marca da casa.
A tudo isto junta-se um serviço de excelência, a cargo de profissionais com experiência e muito bom gosto, cuidado até ao mais pequeno pormenor. Sempre a cirandar por entre as mesas, cuidando que tudo esteja conforme, a D. Arménia (filha) é a cara da casa, fazendo jus á tradição da qualidade que aprendeu com os pais.
Vêm logo para a mesa tostinhas pequeninas com azeite e alecrim, azeitonas britadas deliciosas, pão de trigo pequenino, fatia de broa excelente e um pratinho com óptimo azeite. Há sempre dois tipos de sopa, que pode ser caldo verde, sopa de nabos, de penca, de couve repolho e cenoura, e tantas outras, sempre com legumes da época. Depois são entradas várias, tudo de grande qualidade e tentando manter a tradição: bolinhos e pataniscas de bacalhau, croquetes feitos na casa, saladinha de polvo, excelentes lombo e paleta bellota da casa Maldonado, alheira de vitela Mirandesa, requeijão ou queijo velho da serra da Estrela e por aí fora.
Nos pratos principais destacam-se os filetes de pescada fresca, que podem ter por companhia a salada russa, o arroz de grelos ou arroz de camarão. Os filetes de peixe galo com açorda das suas ovas são soberbos, a açorda muito bem ligada com o ovo, os filetes fresquíssimos, de polme crocante, excelentes. Ainda um completo arroz de tamboril com gambas e o tradicional polvo á lagareiro.
E há sempre peixe fresco do mar para grelhar ou assar no forno.
Não faltam pratos de bacalhau, como o bacalhau á Gomes de Sá feito como deve ser, bacalhau á Brás, e o lombo de bacalhau á Confraria, posta do centro envolvida em farinha, ovo e pão ralado, sobre cama de cebolada, no forno com azeite e batata frita ás rodelas com casca, delicioso.
Nas carnes é de salientar a carne de vitela mirandesa, dum fornecedor muito antigo, que garante a qualidade constante. Preparada no tacho, estufada com batata e cenoura, é deliciosa! Um bife laminado á flor de sal, costeletão laminado á flor de sal, lombinhos de vitela com castanhas, a tradição da língua de vitela estufada, bochechas em vinho tinto, rabo de boi em vinho tinto e iscas de fígado com esmagada de batata. Mas também há uns completos rojões á moda do Minho, com várias carnes de porco, fígado, tripa enfarinhada e batatinhas aos cubos aloiradas. Um delicioso e tradicional arroz de pato, tostadinho e saboroso e até um arroz de frango de cabidela, cheio de tradição.
Chegados á sobremesa, vai ser preciso muita coragem quer para escolher, quer para resistir. Há sempre fruta da época, muito bem apresentada. E aquele desfile provocador de cerca de 20 doces todos preparados na casa, todos os dias. Que fazem as delícias dos apreciadores, tal a variedade e qualidade. Uma perdição…
Depois do cafezinho, a simpatia dum sorriso de despedida da D. Arménia.
Até á próxima…