Estrada Monumental 147, 9004-532 Funchal
Telefone: 291 707 700
Fecha ao domingo
Só serve jantares (19h-22h)
Os cavalheiros devem vestir casaco
Possui 2 estrelas do guia Michelin
Faz parte dum grupo hoteleiro madeirense pertença de portugueses, o Porto Bay Hotels & Resorts, e fica situado na sua unidade do Funchal, na Estrada Monumental.
Requinte e bom gosto estão por todo o lado, com instalações de grande nível, preparadas para proporcionar aos clientes uma experiência gastronómica, muito mais que uma refeição. A equipa de cozinha, detentora de duas estrelas do famoso guia Michelin, é chefiada por Benoît Sînthon, um chefe francês que se apaixonou pela Madeira, casou com uma madeirense e está á frente do restaurante desde 2004, deixando a sua marca em tudo o que faz.
Que vai muito para além de cozinhar.
A sala do restaurante é ampla e com dois níveis, com mesas extraordinariamente bem postas, num conjunto mesa/cadeira de grande conforto, com loiças que vão variando ao longo da refeição, muitas das peças mandadas fazer propositadamente para este restaurante. O serviço é difícil de descrever, tal a qualidade, o requinte, a simpatia sem exuberância, a eficácia, o conhecimento sobre cada prato, que é explicado com rigor, tudo com uma postura incrível, mas sem nos condicionar. A completar este serviço de sala muito bem dirigido, está o serviço de vinhos, crucial para um trabalho destes e para uma das melhores garrafeiras da ilha, que é soberanamente dirigido pelo escanção Sérgio Marques. Além da enorme sabedoria e conhecimento dos vinhos que vai propondo e servindo, sejam portugueses ou estrangeiros, muitos deles já com muitos anos de garrafeira, nota-se perfeitamente a paixão por aquilo que faz, juntamente com o resto da equipa.
Há ali muito trabalho, muita formação, muitas horas de prova, de que resulta uma afinação no trabalho final e que é sempre dirigido para o bem estar e satisfação do cliente.
Lá dentro, na cozinha, o chefe Benoît dirige uma equipa muito bem afinada, onde cada um sabe perfeitamente as suas responsabilidades, na preparação e execução de cada prato, numa oferta culinária das cozinhas ibéricas e mediterrâneas, as grandes referências do chefe.
Que utiliza, desde que possível, os produtos da própria ilha. De tal forma que criou uma horta, no extremo da ilha, de onde sai uma grande variedade de legumes, leguminosas e ervas aromáticas, sempre frescas, e onde por vezes, em situações especiais, Benoît Sinthon leva pequenos grupos de hóspedes do hotel, mostra-lhes a horta, desafia-os a apanhar alguns legumes e depois, a surpresa de cozinhar para eles mesmo ali na horta.
No entanto o chefe não dispensa as visitas assíduas ao mercado dos Lavradores, no Funchal, para escolher umas peças de peixe fresco, entre atum, abrótea ou peixe espada, e passear pela enorme oferta de legumes, frutas e temperos diversos.
No última visita ao Il Gallo d´Oro, não fiz nenhuma escolha, nem de pratos nem de vinhos e deixei-me navegar nas mãos da cozinha e da sala. E não me arrependi.
Desde a entrada mais emblemática que é a Bola de Ouro – uma falsa cereja, tártaro de peixe e lulas da ilha, passando pela Descoberta do Caminho Marítimo, o Lavagante, Citrinos e Manga, as Ondas Cristalinas e o Caldo da Costa Madeirense, até ao Veado Outono / Inverno e acabando na Neve de Queijo de Cabra, o Nosso Queijo DOP e a Surpresa de Banana DOP. Mas vários outros pratos vão sendo desenvolvidos pelo chefe Benoît a que a sua equipa vai dando corpo e vida, verdadeiras obras de arte. E que, no seu conjunto, se transformam numa viagem deliciosa, em que somos guiados pelos grandes profissionais deste espaço de prazer gastronómico. São surpresas atrás de surpresas, dum bom gosto incrível e em que o conjunto prato/vinho, permite harmonizações soberbas, dirigidas por quem sabe. A simpatia do serviço é uma constante, que se faz em várias línguas, até que o chefe Benoît vem pelas mesas a saber da nossa satisfação.
Apetece sempre bater palmas, muitas palmas, a estes obreiros da excelência. Apesar de estarmos bem perto do mar, esta equipa de excepção leva-nos ao céu.
Depois, na esplanada, a apreciar um último copo, já não há coragem para um passeio…