Herdade da Malhadinha Nova
7800-601 Albernoa
Telefone: 284 965 432
É uma herdade de referência no Alentejo, já no baixo Alentejo, em Albernoa. E pertence a uma família também de referência no mundo do vinho, a família Soares, proprietária das garrafeiras Soares. Há muito tempo ligados ao vinho, compraram esta herdade para reconstruir a casa do monte e ali passar fins-de-semana e férias. Mas cedo decidiram investir na vinha, com a preciosa ajuda do enólogo Luis Duarte. Sabiam bem o que queriam, o que ajudou a encontrar rapidamente o caminho certo. Juntando a isso um extraordinário bom gosto em tudo o que fazem, foram construindo ao longo dos últimos 24 anos um lugar de excelência, um refúgio de qualidade, uma perfeita união com a natureza, muito difícil de replicar.
A Malhadinha é única…
Nos mais de 1000 hectares de monte alentejano em exploração, arrancaram com a plantação de vinha, mas ao longo dos anos foram desenvolvendo também outras culturas – azeite, ervas aromáticas, produtos hortícolas e mel. A que juntaram a criação de gado alentejano – porcos, ovelhas merinas e vaca alentejana, que usam no seu restaurante e em casa. Os cavalos são uma paixão associada á planície alentejana e que toda a família acarinha e acompanha. Mas que também estão disponíveis para utilização dos hóspedes do projecto hoteleiro da Malhadinha. Outra das referências no Alentejo, uma unidade hoteleira de excelência, já com clientes um pouco por todo mundo. A partir de várias ruínas do monte, recuperadas com extremo bom gosto, foram montando esta unidade hoteleira em que as palavras simplicidade, qualidade e conforto estão presentes por todo o lado.
Vai-se ali para descansar, recuperar forças, apreciar a beleza dessa ruralidade alentejana que nos faz tão bem, mas acima de tudo para sorver a paisagem e apreciar a qualidade dos vinhos e da gastronomia local. Mesmo que seja por uma só noite, vimos dali recuperados, de coração cheio. A outra característica desta família é a simpatia e o prazer imenso que põem ao receber quem os visita. Mesmo que seja apenas para uma simples prova de vinhos. São um grande, enorme exemplo com que muitos deveriam aprender. Hospitalidade é aquilo que se pratica na Malhadinha.
Na última visita tive o prazer de ficar hospedado na Casa das Artes e Ofícios, uma beleza. A tal simplicidade, mas aliada a uma incrível qualidade, no mais pequeno pormenor. Até no pequeno almoço que foi trazido á hora marcada e montado na mesa da sala de jantar por profissionais sempre disponíveis.
Junto á adega funciona o restaurante, com amplas vidraças a deixar entrar a luz para duas salas muito bem decoradas, com amesendação de grande qualidade. Na cozinha estão dois chefes a preparar pratos fantásticos: Rodrigo Madeira, a preparar pratos de autor e Vitalina Santos, que domina o receituário alentejano. Utilizando tudo o que herdade produz, recorrendo o mínimo possível ao exterior. Mas também com consultoria do chefe Joachim Koerper, que possui o restaurante Eleven em Lisboa (uma estrela Michelin). Posso dizer que é uma cozinha de autor, mas com forte carácter alentejano. E é deliciosa!
O couvert é muito completo e variado, com vários tipos de pão incluindo pão de massa mãe, azeite da herdade e manteiga dos Açores com flor de sal de vinho tinto, presunto pata negra DOP e queijo de Serpa. Entre várias entradas podemos começar com legumes da estufa, vinagrete de tomate verde e laranja; ovo do galinheiro – ovo biológico, espinafre e batata-doce em crocante de pão alentejano; tártaro de novilho DOP com aromas alentejanos – queijo fresco de Albernoa, chips de batata-doce e brioche ou mesmo atum e o centeio da Mahadinha – tártaro de atum com centeio biológico, beterraba e alperce. Para todos eles, assim como para os pratos e sobremesas há uma proposta de vinho da Malhadinha. Nos pratos de peixe aparecem bacalhau com ervilhas – bacalhau lascado com texturas de ervilhas e gema ou peixe de anzol da costa algarvia com arroz cremoso e algas da ria formosa. Nas carnes há possibilidades como porco alentejano DOP – duo de porco alentejano DOP e legumes da época; borrego da Malhadinha – roulade de borrego da Malhadinha, ratatouille e hortelã; perdiz selvagem e risotto – peito de perdiz albardada com risotto e ragoutt da mesma ou naco de novilho alentejano DOP – com texturas de abóbora e espargos. O difícil é escolher.
Nas sobremesa há vários doces – mousse de morango e chocolate branco, gel de morango, vinagre balsâmico e calda de morango; mousse de limão, suspiro de hortelã, meloa macerada em Late Harvest, gelado de meloa e hortelã e gel de tangerina ou tarte de maçã e caramelo, puré de maçã, gelado de baunilha. Há sempre fruta da época e não pode faltar o prato de queijos alentejanos. E estamos arrumados…
Para acompanhar alguns destes pratos provaram-se vários vinhos da Malhadinha:
-Antão Vaz da Malhadinha – Vinha dos Eucaliptos 2021
A grande casta branca alentejana, aqui trabalhada sem madeira. Muito rico, frescura bem equilibrada com acidez, alguma fruta cítrica, toranja, suave, aveludado. Um vinho moderno que apetece sempre.
-Antão Vaz da Malhadinha – Vinha da Peceguina 2021
Mais concentrado, nariz mais exótico, aveludado. Bela acidez, seco, muito elegante. Intenso, com estrutura e finesse. Final longo num vinho óptimo.
-Espumante Malhadinha Rosé Brut Natur 2016
Touriga Nacional, Baga e Tinta Miúda.
Bolha finíssima, mousse muito suave. Notas secas cheias de elegância, muito delicado, mesmo requintado. Bela conjugação de castas neste Blanc de Noir que promete.
-Viognier da Malhadinha 2021 – Vinha do Eucalipto
Já um clássico da Malhadinha. Bela fruta no nariz, intenso, concentrado. Na boca mantém-se fruta bem madura, boa estrutura, muita elegância num vinho que pede comida.
Que belo vinho!
-Malhadinha Branco 2019
Arinto, Alvarinho, Viosinho e Chardonnay.
O desenho original da vaquinha no rótulo, porventura o mais conhecido da casa. 30% estagiou em barrica nova, o resto em barrica usada. Aroma muito suave, com notas elegantes de fruta branca, um levíssimo abaunilhado da madeira bem integrada. Na boca mantém a elegância, óptima estrutura, acidez e frescura equilibradas, leve e com final longo. Um grande branco alentejano.
-Malhadinha Tinto 2020
Alicante Bouschet, Aragonês, Tinta Miúda, Touriga Franca e Syrah
Frescura e mais frescura, a Touriga Franca a fazer um excelente trabalho no Alentejo, com o poder da Alicante e a elegância da Syrah. Um lote muito bem completado com a tradição da Aragonês e a irreverência da Tinta Miúda.
Muita fruta, leves notas de fumo, óptima acidez, taninos presentes mas bem integrados, grande estrutura, um tinto poderoso com final muito longo. Excelente vinho!
-Malhadinha Late Harvest 2018 – Petit Marsan
Um belíssimo colheita tardia…no Alentejo. Quem diria!!
12% de álcool, doçura, mas uma acidez fantástica a dar equilíbrio ao conjunto. Bem fresco, não se pára de beber.
Grande vinho!
A Herdade da Malhadinha Nova continua a ser uma referência não só na produção vitivinicola mas também na hotelaria de luxo no Alentejo. Um projecto que não vai certamente parar de crescer, com a vontade de fazer sempre mais e melhor desta família Soares.
Bem hajam!