A Quinta Dona Matilde é um projecto que tem 10 anos, desenvolvido numa quinta histórica no Douro e uma das mais antigas, que integrou a primeira demarcação do Douro e está situada na margem norte do rio, sendo pertença da família Barros desde o início d século XX.
A apresentação desde novo vinho branco foi feita on-line, com a presença dos proprietários, srs. Ângelo Barros e Filipe Barros, pai e filho, além dos responsáveis pela viticultura e pela enologia da quinta. Filipe Barros destacou que existe sem dúvida um denominador comum aos vinhos da Quinta Dona Matilde, que é a elegância. Uma das características dos seus vinhos é que os lotes são feitos com as uvas que existem em cada vinha (conhecido por field blend), respeitando aquilo que a natureza tem.
A família Barros tem vindo a fazer uma grande aposta nas tecnologias modernas, procurando trazer para a quinta técnicos de grande qualidade, tendo ainda ligações á UTAD, de Vila Real. O sr. Ângelo Barros lembra-se dos conselhos do sr. António Rosas, que era um visionário e que lhe dizia vezes sem conta que o que é mais importante é a qualidade, sempre a qualidade.
A quinta possui 28 hectares de vinha e 3 hectares de outro património vegetal, onde se incluem laranjal e olival e muita outra vegetação dita mediterrânica.
Todo o património vitícola é usado para fazer vinhos de nicho, quase de boutique. José Carlos Oliveira é o técnico que trata de todo aquele património e as vinhas são compostas por 17 hectares de vinha mecanizada e 11 hectares de vinhas tradicionais, estas com cerca de 70/80 anos de idade. Quase todas as vinhas são vinhas de encosta, tão típicas no Douro, com grandes inclinações, sem qualquer tipo de rega, á maneira antiga, com uma produtividade de cerca de 3.500 Kgs a 5.000 Kgs nas vinhas velhas e cerca de 4.500 Kgs a 6.000 Kgs nas mais jovens, sendo as vinhas das uvas brancas a cotas mais baixas. As vindimas são sempre bastante precoces, começando normalmente em meados/fins de Agosto, por vezes quando ainda nem no Douro superior começaram. A Quinta Dona Matilde foi pensada e projectada para produzir vinho do Porto, que tem critérios de rigor muito elevados. E que transitaram para a produção de vinhos DOC Douro, que dão origem a estes belos vinhos. João Pissarra é o enólogo da quinta, que trabalha a partir da adega, em Chanceleiros. Diz que o grande desafio da região duriense é acertar na data da vindima. As vinhas da quinta são todas letra A, o que é também uma garantia adicional da qualidade do produto. O lote deste vinho tem Arinto, Viosinho, Rabigato e Gouveio, castas bem típicas no Douro e que se refletem na estrutura e nos aromas deste vinho tão jovem. No nariz sobressai o floral, cheio de frescura a que se seguem os aromas de citrinos, ainda com muita frescura. Na boca é gordo, untuoso, com a Gouveio a dar-lhe corpo, enquanto a Rabigato lhe transmite uma acidez poderosa, que vai equilibrar todo o conjunto. A Viosinho dá aquela enorme frescura, e é a casta que dá o pontapé de partida da vindima, pois é a mais precoce. A Arinto é o tempero final que este lote precisa, para se apresentar como um vinho delicioso, daqueles que, depois do primeiro copo, apetece logo apreciar o segundo. De um ano muito seco, este é um branco com 14% de álcool, que pede alguns cuidados…
Muito versátil, é um vinho que pode beber-se apenas porque sim, sozinho, mas que tem capacidade para muitas harmonizações: mariscos simples, como as ostras ao natural, ou arroz de lavagante, uns bons filetes de pescada com salada russa, mesmo um bacalhau na brasa com muito azeite. E alguns queijos secos, como o Terrincho Velho ou um S. Jorge de 7 meses de cura.
E ouve-se a sonata para piano “Serenade”, de Schubert, de olhos fechados.
Dona Matilde Branco 2019 – Arinto, Viosinho, Rabigato e Gouveio
Estágio em cuba de inox durante 6 meses
Produziram 15.000 garrafas

PVP – 9€