Numa das avenidas principais do Funchal, a caminho do Lido, situa-se esta casa de bem comer e…beber. O proprietário, Pedro Camacho, habituou-nos a fazer grandes refeições, com produtos fantásticos, a que junta uma das melhores cartas de vinhos da ilha. É uma paixão.
Sala muito ampla, com grande balcão de serventia, pelas paredes alguma pedra e madeira e muitas prateleira onde repousam centenas de garrafas de vinho. A separar a sala principal da sala mais pequena, uma parede de vidro que é uma garrafeira climatizada. Sempre o culto do vinho.
Essa sala é utilizada por muitos e muitos produtores de vinho que ali fazem as suas apresentações no Funchal, com os vinhos servidos como devem ser, em bons copos e ás temperaturas adequadas. Ali está-se bem, mesmo muito bem. E a comida é deliciosa, com as carnes de vários tipos e origens a brilhar muito alto, mas com algumas incursões pelo mundo piscícola, por vezes surpreendentes.
Já lá iremos.
Vem para a mesa pão de vários tipos e duas variedades de manteiga, mas também pode vir o tradicional bolo do caco, com queijo fresco por companhia. Muito bom. É difícil escolher vinho nesta casa, tal a variedade, mas podemos sempre optar pelo vinhos com a marca da casa, do Douro. Vinhos brancos e tintos e mesmo um tinto reserva, produzidos e engarrafados por Domingos Alves de Sousa para esta casa. Com rótulos quase provocadores e divertidos.
As chamuças em massa filo são deliciosas, assim como a salada de beterraba, os ovos mexidos com espargos, a sopa de rabo de boi ou creme de abóbora e requeijão. O polvo estufado é excelente e o bacalhau assado no forno é surpreendente: posta alta demolhada no ponto, de grandes dimensões, assado no forno com batata a murro á volta e muito azeite. Polvilhado de salsa antes vir para a mesa, traz em cima alecrim seco, ao qual é chegado o fogo já na mesa, de belo efeito. E fica a pairar o aroma do alecrim, mesmo muito bom. Ainda se pode optar por polvo á lagareiro e peixe espada com molho de maracujá e banana caramelizada.
As carnes são muito bem trabalhadas na brasa num forno Josper, pois ali não se brinca. Por esse forno passam as picanhas que são fatiadas na mesa, na companhia tradicional de arroz branco soltinho, feijão preto muito bem temperado, batatas fritas crocantes deliciosas e alguns molhos á parte. Os bifes, soberbos, podem ser de picanha, do acém e do filete. Há ainda meio quilo de carne de
T-Bone, sem descrição possível. Nas sobremesas há leite creme, coulant de chocolate, pão de ló e um delicioso crumble de maçã na frigideira. E óptimos gelados da Madeira.
Por fim, antes (ou depois…) do café, é também difícil escolher um vinho Madeira. Na última visita a escolha recaiu num Blandy´s Bual 2003, que se apreciou lentamente, quase em meditação.
Depois foi uma retemperante volta a pé, sem destino, pela beleza do Funchal. O mar, esse, está sempre ali perto…