Minhas Senhoras e meus Senhores, Barca Velha, o Rei!
Aí está o novo Barca Velha, do ano de 2011. É a vigésima edição deste vinho único em Portugal, o rei dos vinhos portugueses, cuja primeira edição foi em 1952. Apresentar um novo Barca Velha é um acontecimento, que a Sogrape organiza invariavelmente com rigor e bom gosto.

Foi num agradável fim de tarde de Setembro, no Douro Superior, na Quinta da Leda, berço deste vinho fantástico. Já no meio das vinhas, paramos numa vinha que desce mesmo até ao rio, de Touriga Franca, agora já novamente chamada Touriga Francesa. O Luis Sottomayor, diretor de enologia e o grande responsável pelo Barca Velha, fez questão de nos mostrar aquelas terras xistosas, rudes, secas, onde as vinhas se dão tão bem e que produzem as uvas de que a sua equipa precisa para fazer vinhos de excelência. Aproveitou-se a paragem para provar uns figos frescos saborosos, amêndoas salteadas tão características do Douro e, claro, garrafinhas de Mateus Rosé bem fresco. Que bem que soube.
Continuamos caminho, sempre acompanhados pelo rio Douro, até que apareceu ao fundo toda a beleza da recuperação das antigas instalações da Quinta da Granja, que hoje faz parte da Quinta da Leda. Tudo levado ao mais pequeno pormenor, com a noite já a cair. Numa bancada estavam diversas bebidas, á nossa escolha, enquanto se servia uma bola regional deliciosa. Noutra bancada eram as ostras frescas, de várias zonas do país, abertas ao momento, umas gotas de limão e era sorver aqueles pedaços de mar saborosos. Numa outra bancada um profissional fatiava um presunto genuíno puro bolota e ia explicando as diferenças no paladar das várias partes do mesmo.

Fomos então convidados a tomar o nosso lugar na mesa, para começar a refeição. Que abriu com uma sopa de alho francês, acompanhada dum vinho branco da Bairrada, o Série Ímpar, uma edição limitada da casta Sercialinho, que esteve mesmo muito bem. Veio então o rei da noite, o tão esperado Barca Velha de 2011, que acompanhou um belíssimo cabrito assado em forno de lenha, da autoria das senhoras da casa, que o fazem tão bem. Saboroso, tostadinho, húmido por dentro, na companhia de batata assada, arroz de forno, grelos salteados e salada de tomate. Quanto ao vinho, o Luis Sottomayor disse que nunca tiveram dúvida de que seria um Barca Velha, desde que foi engarrafado. 2011 foi um ano incrível, que aliás deu outros grandes vinhos no Douro, incluindo vinhos do Porto. Neste caso foi necessário esperar estes anos todos para o poder apreciar. Ainda está bastante jovem, a precisar de garrafa, mas a revelar-se, como se esperava, um vinho incrível. Apesar de ter quase 9 anos, ainda apresenta uma cor viva, intensa, um granada acetinado muito limpo que é uma beleza ao olhar.
Um nariz poderoso, intenso, mas ao mesmo tempo cheio de elegância, com muita fruta, a Touriga Franca bem presente e uns laivos florais da Touriga Nacional a fazer boa companhia. Depois vêm notas de especiarias, muita frescura, apontamentos levemente mentolados, e alguns aromas de plantas silvestres, esteva, urze, com aqueles toques secos tão agradáveis. A elegância continua sempre presente. Na boca apresenta uma ótima acidez com os taninos cheios, maduros, leves notas de baunilha, frutos vermelhos e madeira muito bem integrada. Apesar dos seus 14,5% de álcool, este vinho mantém um perfil em que a elegância é uma constante. Apontamentos de tabaco, de fumo, levemente especiado. Grande complexidade num vinho subtil, harmonioso, que já dá imenso prazer beber, mas que tem tudo para durar ainda muitos anos…dez, vinte, trinta ou mesmo mais. O Barca Velha 2011 é um vinho imperial.
Para terminar a refeição, com um pudim canário, veio o Porto Ferreira Tawny 20 Anos. O vinho estava extraordinário e, com as imensas notas de frutos secos, fez uma bela ligação com o pudim!
Ainda houve tempo para apreciar o Vintage Quinta da Leda 1999, um vinho fora do mercado, para acompanhar queijos da Serra de várias curas, num casamento perfeito. A grande qualidade e o bom gosto foram uma constante nesta noite duriense. O rei, esse mereceu tudo isso.
Mas ainda havia o fado, sempre o fado, que casou muito bem com a ocasião.
E não apetecia sair dali, embora já passasse da uma e meia da manhã quando regressamos ao hotel.
Uma grande noite, em honra do Barca Velha, o Rei!!
A Sogrape encomendou á Imprensa Nacional-Casa da Moeda um sistema de segurança inovador, que atesta a autenticidade de cada garrafa do novo Barca Velha, bastando para isso ler o QR Code existente no gargalo.
O preço previsto para este Barca Velha 2011 é de cerca de 400€.
Foram produzidas 33.766 garrafas.