Castro Marim
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Jorge Raiado é um apaixonado por aquilo que faz, e coloca essa paixão no seu dia a dia, mesmo no mais pequeno pormenor. A sua vida é dedicada á produção de sal, que tem vindo a divulgar um pouco por todo o lado, seja no país seja lá por fora. Alicerçado num produto de excelência, ou melhor, em vários produtos de excelência, pois produz vários tipos de sal, é a imagem deste cantinho do Algarve, nas margens do rio Guadiana, onde se situam as suas salinas, no sapal de Castro Marim.
São instalações muito simples, recuperadas com muito bom gosto, e as salinas, onde ainda é a natureza que manda. Pessoas como Jorge Raiado aprenderam muito cedo que apenas têm que respeitar a natureza e aproveitar o que de melhor ela nos pode dar. Que neste caso é o sal marinho. Mas não só, pois também os animais que por ali vivem são respeitados, como os pernilongos, que até põem os ovos nas salinas.
Marés, sol e vento, são as três vertentes mais importantes para se conseguir um produto de qualidade. Que Jorge Raiado aprendeu não só a conhecer, mas também a respeitar. Sempre com muito tempo e paciência. Vindo da área das artes, não é de estranhar que dê imensa importância também á imagem e á apresentação do produto. São os vários tipos de embalagem e os materiais em que é embalado o sal – vidro, cortiça e cerâmica. São os desenhos que vai encomendando a vários artistas plásticos e que fazem toda a diferença. E são as instalações das salinas, sobretudo a loja, onde para além de vender todos os teus produtos, recebe visitantes um pouco de todo o mundo, a quem até pode servir uns petiscos tradicionais, sempre com a ajuda da sua flor de sal. Que é o seu produto premium, que introduziu nas salinas e que é já um sucesso enorme.
Com todas as suas variantes, que foi desenvolvendo: flor de sal limão, picante, mediterrânea, aromática e tradicional. Outra das suas inovações foi a criação da embalagem em vidro, semelhante a um tubo de ensaio, que podem ser transportadas no bolso, mantendo a flor de sal sempre á mão. O saleiro em cortiça junta dois produtos tradicionais portugueses, para além da beleza estética dos mesmos. E o recurso á cerâmica tradicional, que apresenta saleiros de grande beleza.
No entanto, a Salmarim produz também o sal marinho tradicional, o sal grosso, aquele que utilizamos normalmente nas nossas cozinhas. Mas aqui com a mesma qualidade da flor de sal, para bem da nossa saúde.
O sal produz-se em Portugal desde o tempo dos Fenícios e dos Romanos, que criaram e desenvolveram muitas das técnicas que ainda hoje se utilizam. São técnicas ancestrais que Jorge Raiado continua a utilizar e a respeitar, e que o ajudam a apresentar este produto fantástico de utilização diária na cozinha.
É pena que tantos milhares de portugueses utilizem o Algarve para passar justamente as sua férias, mas não procurem alguns outros motivos de interesse nesse extremo sul de Portugal. Ou de manhã antes de ir até á praia, ou ao meio da tarde, depois dali regressar, é um passeio muito agradável até Castro Marim para visitar estas salinas cheias de histórias para contar. Para isso estará lá o Jorge Raiado, com muito gosto. E em Castro Marim até se podem encontrar alguns locais para apreciar uns petiscos vindos do mar. Com uma pitada de sal, da Salmarim, ficam bem melhores…