Largo da Oliveira 14, Guimarães
Tel: 253 514 157
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Não fecha
A antiga Pousada da Oliveira, mesmo no centro histórico de Guimarães, foi uma referência da hotelaria e restauração de qualidade, durante muitos anos. Nos últimos anos estava bastante degradada e foi adquirida por um grupo empresarial, que decidiu renová-la e dar-lhe o brilho de outros tempos, passando a chamar-se Hotel da Oliveira.
Agora abre-se uma nova página para este hotel de charme, na mão de gente de muito bom gosto e que sabe o que quer e que caminho seguir. Foi por isso que começaram por contratar o arquitecto Paulo Lobo, profissional muito experiente nesta área, não só pelo bom gosto que põe na preparação e decoração dos espaços aos quais se dedica, mas também porque conhece muito bem todos os problemas técnicos que aparecem quando se recuperam edifícios já com muitos anos, e sabe resolvê-los. A gerência está a cargo de Ernesto Fernandes, que foi contratar uma cozinheira também muito experiente, a chefe Liliana, a quem lançaram o desafio de elaborar uma cozinha baseada na gastronomia portuguesa, mas com toques de modernidade e alguns petiscos menos vulgares. O que desde logo foi aceite por esta profissional que está a fazer um belíssimo trabalho.
São 20 quartos modernos, com casa de banho privativa, plenos de conforto, todos diferentes, com todos os requisitos para uma estadia muito agradável, seja em lazer seja em trabalho, que ocupam os dois pisos do hotel. No rés-do-chão estão todos os outros serviços, incluindo o restaurante. Mas há também uma original biblioteca, com milhares de livros, muitos deles bem antigos e que irá aumentar constantemente, proporcionando aos hóspedes leituras diversas que podem ajudar a relaxar, nos vários recantos do hotel, onde há sempre um sofá disponível para o prazer da leitura. Logo á entrada é o bar, bem abastecido e sempre a funcionar durante o dia, que antecede a sala de jantar, ampla, cheia de luz, muito atractiva e confortável, e que tem ligação directa para a esplanada. Uma esplanada muito especial, pois está protegida pelos dois pisos do hotel, como que um alpendre em velhas pedras de granito e tecto em travejamento de madeira, que foi bem recuperado, duma beleza contagiante. Da esplanada domina-se completamente todo o Largo da Oliveira, mesmo no centro histórico da cidade berço. Só isso merece uma visita.
Mas também se come muito bem, seja na esplanada, seja na sala principal, e mesmo num recanto interior, mais intimista, para pequenos grupos familiares, de amigos ou de negócios, muito recatado, mas com o mesmo serviço.
Mesas muito bem postas e serviço jovem muito competente, atento e simpático, que nos vai acompanhar durante a refeição. Para a mesa vêm desde logo três tipos de pão, muito saborosos, na companhia de azeite de qualidade. Logo seguidos duma seleção de enchidos de porco ibérico deliciosos e tostinhas estaladiças. A sopa de legumes da época está sempre disponível. Segue-se um belíssimos salmão gravelax com abacate e notas cítricas cheio de frescura, muito bom. Depois é a surpresa da terrina de foie gras, pêra bêbada e redução de vinho do Porto, também com tostinhas crocantes. Delicioso!
Há pratos de massa e um prato vegetariano e vários pratos de peixe: arroz de tamboril, robalo com puré de ervilhas e esmagada de batata e um óptimo polvo com aromas a madeira, batata a murro e feijão verde. O bacalhau á Hool é delicioso, frito em tempura, em molho de escabeche reduzido e batatas fritas chip, estaladiças e saborosas. O bacalhau estava no ponto, impecável.
Também nas carnes há variedade. Provou-se o lombo de novilho na brasa, um naco alto de carne óptima, preparada no ponto, tenra e saborosa, com dois acompanhamentos possíveis: risotto de espargos ou batata gratinada e legumes baby. Em ambos os casos, pedaços de amêndoa por cima da carne a dar-lhe um ligeiro crocante delicioso.
Termina-se uma excelente refeição com vários sobremesas possíveis, como o carpaccio de abacaxi com raspa de lima e pimenta roxa ou a mousse de chocolate com 70% de cacau, aveia e avelã. A arte de bem cozinhar á mesa deste Hool.
Duma boa garrafeira é possível fazer vários tipos de harmonizações, com óptimos vinhos, servidos como deve ser.
Depois, vale a pena dar uma volta a pé e sorver toda a beleza e tranquilidade do centro histórico da cidade…