Apartado 31, 7200-999 – Reguengos de Monsaraz
Alentejo
Mail – reservas@esporao.com
Tel.- 266 509 280
O restaurante do Esporão fecha á segunda e terça
É uma das maiores herdades de produção de vinho do Alentejo, e mesmo do país. Dirigida pelo empresário José Roquete, mas também pelo filho, João Roquete, sempre com o mesmo espírito empreendedor. Esta empresa tem uma das maiores áreas de vinha de Portugal e mesmo da Europa e é detentora da maior quantidade de vinha em produção biológica no país e uma dos maiores do mundo. Mas além da produção de vinho, também a produção de azeite tem vindo a aumentar, tendo mesmo recentemente construído um novo lagar, com maior capacidade de produção e a mais avançada tecnologia.
Embora tenham vinhas noutras zonas do Alentejo, a propriedade situa-se em Reguengos de Monsaraz, e espraia-se naquela planície por uma extensão considerável, mesmo a perder de vista. Desde a entrada até ao conjunto de edifícios, é vinha por todo o lado, sempre vinha e mais vinha, que nos transmite uma tranquilidade incrível.
Ainda antes das instalações aparece, do lado direito, a emblemática torre, uma construção secular, que é hoje um pequeno centro museológico, junto ao qual existe uma capela, a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios. Subindo á torre, vislumbra-se todo aquele património e entende-se melhor toda a dimensão da propriedade.
A herdade é muito antiga, tendo-se mantido ao longo dos séculos praticamente inalterada na sua dimensão. Em 1973 os proprietários, os condes de Alcáçovas, venderam-na a José Roquete e Joaquim Bandeira, que fundaram a empresa. A primeira colheita e consequente engarrafamento deu-se em 1985, e em 1989 começou a exportação, que se estende hoje a mais de 50 países, um pouco por todo o mundo. Entretanto surgiu também um restaurante que hoje é uma referência no Alentejo, com instalações muito agradáveis, plenas de qualidade, utilizando muitos produtos da própria herdade e do resto do Alentejo, respeitando a sazonalidade, com apresentação moderna e criativa, mas sem nos esquecermos que estamos em terras transtaganas. O chefe Carlos Teixeira é o responsável duma equipa jovem cheia de bom gosto, assim como todo o serviço de sala, onde o tratamento dos vinhos tem uma atenção especial.
O restaurante está inserido no edifício principal, onde funcionam serviços administrativos e há vários espaços para visitar. Ali se conta a história da propriedade e pode-se participar em provas de vinhos e de azeites, com marcação. Há também uma loja muito completa, onde estão á venda todos os produtos produzidos na herdade – vinho, azeite, vinagre e mel – e muito merchandising.
Nos edifícios contíguos estão as adegas, pois ali há mais que uma adega. A mais moderna, remodelada recentemente, é a adega Monte Velho, com o nome do vinho de grande produção, que deu dimensão á casa. Tecnologia de ponta e grande capacidade de fermentação e armazenagem. Depois há a adega dos vinhos de topo, em que houve um especial cuidado no design, com um tecto fabuloso e a surpresa dos lagares em mármore, onde as uvas para estes vinhos são pisadas a pé, e as enormes barricas de barro e de betão, algumas mesmo em formato rectangular, que permitem também á equipa de enologia fazer experiências bem interessantes.
Depois, lá nas profundezas, a enorme adega de barricas, enterrada no solo e que foi construída em betão, de forma redonda, tendo utilizado uma cofragem que fora utilizada para a construção duma estação do metro de Lisboa. Ali descansam muitos milhares de litros de vinho, em barricas, á espera de serem engarrafados. Logo a seguir, na zona de armazenagem de garrafas, há uma enorme mesa de provas absolutamente desconcertante, pela originalidade do design e pela dimensão. O bom gosto sempre presente.
A equipa de enologia é chefiada pelo David Baverstock, australiano há imenso anos em Portugal, onde se radicou e constituiu família, tendo passado muitos anos no Douro, a fazer vinho e vinho do Porto, e que até se nacionalizou português. Dirige uma equipa a fazer um trabalho de luxo.
Provar os vinhos do Esporão é compreender as imensas possibilidades que o Alentejo tem, seja utilizando as castas da região, seja utilizando muitas outras castas que ali encontram terreno adequado para desenvolverem características muito próprias.
É aconselhável fazer uma visita ás adegas de manhã, almoçar tranquilamente no restaurante e depois, numa daquelas salas tão confortáveis, ou mesmo na ampla esplanada, continuar a provar a grande variedade de vinhos da herdade, apenas com aquela paisagem imensa por companhia.
O pior vai ser conseguir sair dali…