Endereço: R. Conde de Azevedo 237, 4750-511 Roriz
Telefone: 253 841 132
A Quinta de Azevedo, perto de Barcelos, em plena região dos vinhos verdes, tem origem no século XI, ainda antes de Portugal existir como reino independente. De todos os edifícios, a sua torre é o mais antigo. Mas foi a paixão do sr. Fernando Guedes que levou a Sogrape a adquirir esta propriedade histórica em 1982. E foi mesmo o sr. Fernando Guedes quem comandou a recuperação da quinta, tendo sido restaurada a bonita mansão minhota e recuperada a estrutura da torre. Foi também construído e desenvolvido o belíssimo jardim, hoje com uma enorme variedade de plantas e árvores, num ambiente bucólico onde a tranquilidade é uma constante.
O resto do terreno são 33 hectares de vinhas de onde nascem as uvas das castas Alvarinho e Loureiro, que dão origem a vinhos verdes extraordinários. Mas á tradição têm vindo a juntar a moderna tecnologia, que permitiu fazer um estudo cuidado e rigoroso dos solos. Foi desta maneira que descobriram um filão de xisto que atravessa parte da propriedade, combinando com os solos graníticos condições especiais que dão as características áqueles vinhos. Plantaram também um campo ampelográfico com 1 hectar, com Loureiro, Alvarinho, Sauvignon Blanc, Viosinho, Verdelho e Caínho, para perceber as que se podem adaptar áqueleterroir.
O responsável por estes trabalhos e director de enologia é o Engº. Diogo Sepúlveda, com vasta experiência nacional e internacional, que comanda uma equipa de profissionais muito dedicada, a fazer um belíssimo trabalho. Em recente visita pudemos apreciar estes trabalhos e evoluções, a par de toda a beleza da propriedade, com destaque natural para as vinhas e para o jardim. Numa adega moderna e funcional, têm capacidade para produzir e armazenar cerca de 850.000 litros de vinho. Usam cada vez mais barricas de 500 l, 1.000 l e mesmo 2.000 l.



Entrar na mansão é recuar no tempo e respirar um pouco de história. Tudo ali foi cuidado ao mais pequeno pormenor. Diversas salas muito bem decoradas, um alpendre com vista para o jardim, uma cozinha tradicional onde não falta nada e uma sala de refeições requintada, de grande beleza. Fomos convidados a tomar assento no alpendre para uma prova dos vinhos mais recentes, comandada pelo Diogo Sepúlveda, que foi dando várias e úteis explicações sobre o que estávamos a provar, as castas e as suas origens, o clima dos seus anos de produção e muito mais apontamentos que ajudam a compreender estes vinhos e a apreciá-los.
Junto com alguns petiscos simples, começamos a prova com o Loureiro 2022, que teve maceração pelicular e 6 meses em contacto com as borras em cascos de madeira, tendo sido engarrafado há cerca de um ano. Muito fresco, com aromas de fruta branca muito suave. Na boca apresenta belíssima acidez, levemente citrino, sedoso e elegante. Um vinho moderno com belo final. Seguiu-se o Loureiro 2023. Mais jovem, cheio de frescura, muita finesse e grande acidez a equilibrar o conjunto. Já se bebe muito bem mas certamente vai melhorar em garrafa. Belo vinho com final longo.



Passamos então ao Alvarinho, com o Alvarinho 2023. Acidez fantástica, grande estrutura, levemente floral, ligeiramente seco. Esteve 6 meses com as borras em barricas usadas. Um vinho complexo e desafiante, que vai proporcionar óptimas harmonizações. Finalizamos com o Torre Grande Escolha 2022, produzido com as duas castas da propriedade, Alvarinho e Loureiro. Algo exótico, aromas muito delicados, sedoso, levemente amanteigado. Foram escolhidos os melhores lotes das duas castas. Gordo, intenso, mas sempre com a acidez bem presente e leves notas vegetais muito agradáveis. Um grande vinho branco…Estes vinhos são muito gastronómicos, acompanham muito bem uma grande variedade de pratos, sobretudo peixe e marisco. Mas também carnes grelhadas, arroz de pato, galinha de fricassé.
Na refeição que se seguiu, provou-se também um Alfrocheiro da Quinta dos Carvalhais, no Dão, de 2019. Passou 3 anos em casco de madeira usada e 2 anos em garrafa. Está delicioso, cheio de elegância, aveludado, seco e com final muito longo. Uma boa surpresa para o final dum dia muito bem passado na Quinta de Azevedo, ali perto de Barcelos…