É uma das maiores e mais antigas quintas do Douro, em Ervedosa, concelho de S. João da Pesqueira, com uma área de 400 hectares, metade dos quais ocupados por vinhas. Os primeiros registos da quinta datam da idade média, tendo passado por vários proprietários. Hoje é pertença do Grupo Granvinhos, que para além de ter recuperado a quinta, com grande foco na produção de vinhos de mesa e vinhos do Porto, investiu também num projecto hoteleiro de grande qualidade. Assim, uma vez que não era necessário utilizar a adega e muitas das suas instalações, pois esses trabalhos estão centralizados na fantástica adega que a empresa construiu em Alijó, quase todas as construções existentes foram recuperadas e adaptadas, a maioria transformada em quartos e suites, um pouco por toda a quinta, sempre com uma vista fantástica para o rio Douro. Apenas foi mantida a adega velha, de grande beleza, onde ainda são pisadas a pé uvas para a produção de vinho do Porto, mantendo uma das grandes tradições do Douro.
Até dois depósitos redondos de cimento, exteriores, passaram a ser duas suites, de grande qualidade. Na parte de cima da quinta, onde se situava a cantina para servir as refeições do pessoal, foi montado o restaurante, onde são servidos pequenos almoços, almoços e jantares. Ali continua a funcionar uma pequena sala para serviço do pessoal e o nome do restaurante é mesmo “Cantina do Ventozelo”. Ao fundo um simpático bar, onde se podem provar vinhos e apreciar alguns petiscos. Lá fora uma esplanada que acompanha as instalações do restaurante, totalmente coberta e sempre com aquela vista soberba para o Douro.
Ao fundo da esplanada – onde se pode também tomar o pequeno-almoço e almoçar ou jantar – foi recuperado o antigo forno de lenha, de onde saem assados deliciosos, e uma fogueira, rodeada de xisto, que se acende ao fim da tarde, por conforto e beleza, mas onde se podem mesmo grelhar umas peças de carne que vêm também á mesa. Por ali abaixo são extensões de árvores de fruta – sobretudo limões, tangerinas e laranjas – e imensa plantas aromáticas, mais ao fundo são hortas bem cuidadas. Todos esses produtos são utilizados no dia a dia do restaurante.
Daquelas vinhas saem as uvas de cerca de 20 castas tradicionais do Douro, que dão origem a uma grande variedade de vinhos, entre branco, rosé, tinto e vinhos do Porto. Também produzem azeite e mel, sempre para consumo próprio, embora estejam disponíveis na loja, a par dos vinhos de Ventozelo.
Uma das antigas construções foi reabilitada para um pequeno museu e espaço interpretativo, onde se pode apreciar a história da quinta e mesmo do Douro. Uma piscina exterior é muito útil pelo bom tempo, havendo duas outras, de pequenas dimensões, pertença de duas casas também transformadas em quartos, estas bem perto do rio. Por toda a propriedade os visitantes deslocam-se em simpáticos carrinhos elétricos usualmente utilizados nos campos de golfe. Há vários passeios pela quinta, durante as vindimas há programas variados e há provas de vinho comentadas, normalmente na velha adega, num ambiente fantástico. Da quinta podemos também sair de barco, para passeios rio acima e rio abaixo que vale mesmo a pena fazer. Depois dum dia ocupado, é recomendado sentarmo-nos no restaurante, tomar um copo de vinho ou um cocktail de vinho do Porto, antes de apreciar uma bela refeição, na companhia dos vinhos da quinta. Um serviço impecável, a cargo de gente jovem, bem formada e com muita simpatia, que nos podem guiar pela refeição, falando dos produtos utilizados e da sua confeção. E propondo harmonizações com os vinhos, por vezes surpreendentes.
A ementa é muito variada e há a possibilidade de fazer uma refeição com entradas e pratos principais, ou de ficar apenas pelos petiscos, que se vão apreciando com calma, na companhia dos vinhos da quinta.
Para a mesa vêm pão de azeitona e pão de trigo espelta. Tostas de pão, bola de azeite, croquetes de alheira, pâté de barrosã, pickles da horta e do pomar, beterraba, queijo de urtigas e citrinos. Há sempre sopa de legumes da horta da época e sopa de rabo de boi. Açorda de cogumelos e gema de ovo, truta curada e escabeche de legumes da horta, pâté de vitela mirandesa, bochechas de porco estufadas e tarte de caça e folhas verdes.
Nos pratos principais aparecem cuscos de Vinhais, legumes e ovo; lúcio, brócolos e cuscos; polvo, batata-doce, espinafres e pimentão fumado; bacalhau com broa e legumes e bacalhau à Zé do Pipo. Porco Bísaro, arroz cremoso de tomate e enchidos; frango recheado, puré de batata e molho de vinho tinto; posta Mirandesa DOP, batata rústica e couve migada.
E mais alguns, conforme os produtos e a sua estação. Para sobremesa, além da fruta da quinta, há leite-creme; bolo borrachão e gelado de vinho do Porto; tarte de queijo no forno e marmelos da quinta; pudim do Abade de Priscos e sorvete de tangerina. Um fartote!!
Depois da sobremesa, é deixarmo-nos estar por ali e continuar a apreciar toda aquela beleza, aquela magia da natureza do Douro, sempre com a companhia do vinho do Porto e do rio Douro, lá ao fundo…