R. de Sá de Noronha, 81, 4050-527 Porto
Telf.- 222051158
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Fecha domingo à noite
É um dos restaurantes mais tradicionais da cidade do Porto, e a sua fundação, ainda como casa de pasto, remonta a 1905. Até que, em 2002, Pedro Bessa adquiriu esta casa de bem comer e, com a ajuda da mãe, manteve o tipo de comida e o serviço de qualidade. Mas levou consigo a D. Cila, que trabalhava lá em casa, mulher de Baltar e possuidora dumas mãos que fazem verdadeiras obras de arte na cozinha. E assim continuou este Solar do Moinho de Vento a servir comida tradicional portuguesa. Recentemente procedeu a uma remodelação das instalações, que agora estão mais airosas e espaçosas, com um simpático bar á entrada e uma generosa esplanada em frente. Manteve as mesas em frente ao balcão que suporta o escaparate de peixe fresco e dá para a cozinha aberta, no rés-do-chão, e a sala principal, no primeiro piso. Da cozinha, também melhorada, continua a sair a comida de tacho e de forno, de que tanto gostamos.
Mesas muito bem postas, louça branca tradicional e serviço profissional com muita simpatia, a servir uma clientela também ela tradicional, com muitos clientes assíduos e também, nos últimos anos, muitos turistas que se rendem aos nossos temperos e paladares.
Pão estaladiço e broa ótimos, azeitonas bem temperadas e, na época, umas alcaparras (azeitonas britadas) irresistíveis. Há muitas possibilidades de entradinhas, algumas delas dependentes do que há no mercado, como as petingas, fritinhas, ou de escabeche, deliciosas. Presunto bem fatiado, tábua de queijos de Azeitão, Seia e S. Jorge, com doce de abóbora, bolinhos de bacalhau fantásticos, pataniscas de bacalhau, que por vezes são também um dos pratos do dia, na companhia dum arroz malandrinho, salada de polvo, iscas de fígado de cebolada, no ponto, alheira grelhada, salpicão de Baião e por aí fora. Há sempre uma boa sopa de legumes do dia e uma sopa de peixe cremosa e por vezes umas fantásticas papas de sarrabulho, com todos os matadores. Não podia faltar o bacalhau, outra grande tradição tripeira: bacalhau cozido com todos, bacalhau assado com pimentos, bacalhau á João do Grão, bacalhau á Solar, bacalhau dourado (á Braz), farinha de pau de bacalhau e arroz de bacalhau com amêijoas e coentros. Filetes de pescada fresca todos os dias, de polme fofinho, a desfazer-se na boca, assim como os filetes de polvo, normalmente acompanhados dum belíssimo arroz de legumes do dia. O arroz de polvo malandrinho é do melhor que conheço. A pescada também poder ser cozida com todos ou mesmo uma soberba cabeça de pescada cozida, para os mais corajosos. Na época, aparece a lampreia e o sável, preparados como deve ser.
Nas carnes são os bifes, que podem ser grelhados ou com cebolada, um enorme costeletão grelhado com cerca de 1 kg, e ainda uns belos secretos de porco alentejano. Nos pratos de tacho, o arroz de galo de cabidela, malandrinho e com o vinagre no ponto, autoritário, e um belíssimo arroz de costelinhas com grelos e moura. As tripas á moda do Porto são obrigatórias e são excelentes. Favada á moda da avó Ermelinda, língua de vitela estufada á Solar, uns deliciosos e completos rojões á moda do Minho, coelho estufado á moda da D. Cila, vitela assada no forno e um completíssimo cozido á portuguesa. Um fartote!!
O problema é escolher, tal a qualidade daquilo que ali se serve.
Nas sobremesas mantém-se a tradição do leite creme queimado, pudim de ovos e vinho do Porto da D. Cila, mousse de chocolate e pão-de-ló de Ovar. E estamos arrumados…uma ótima garrafeira, com vinhos por vezes menos vulgares, que o Pedro Bessa faz questão de ir acrescentando, e que a clientela agradece.
Ainda há casas assim…
O que nos salva é uma boa volta a pé pela baixa portuense, sempre tão agradável.