É o mais novo membro do grupo “Sea Me”, e, ao contrário do seu irmão mais velho, que se dedica a trabalhar peixes e mariscos, este “Meat Me” tem uma verdadeira paixão por carnes. Ocupa um espaço enorme ali no Chiado, em frente ao teatro São Carlos. Uma generosa esplanada, muito utilizada pelo bom tempo ou pelos fumadores e o restaurante a funcionar em dois pisos distintos. Na verdade o primeiro piso é mais um mezzanino, muito bem decorado, quase como um pub britânico, dominado por um enorme balcão, onde funciona um belíssimo bar, com profissionais á altura e que é uma das apostas deste espaço restaurativo.
Ali se servem muitos vinhos a copo, cervejas, espumantes e champanhes e uma óptima variedade de cocktails. Para começar uma excelente experiência de qualidade, apreciou-se o Champagne Cuvé Rosé Brut da Laurent-Perrier. No bar a decoração é sóbria, soalho em madeira escura, ainda madeira no balcão, alguns recantos com sofás, muitas fotografias e alguns livros nas paredes, luz suave a proporcionar ambiente tranquilo, além de enormes armários repletos de garrafas de vinho, muito apelativos. No piso térreo a decoração é mais viva, em tons claros e com bastante luz, como convém para apreciar o que há-de vir para a mesa. Mesas muito bem aparelhadas, com grande qualidade, como tudo o que ali está e se faz, pois está no adn deste grupo.
Pessoal de sala qualificado, dirigido por profissionais muito competentes e conhecedores, que nos podem guiar e ajudar a escolher aquilo que vamos apreciar. E duma simpatia cativante. É vulgar os clientes colocarem-se nas mãos destes profissionais para serem até surpreendidos. Também ali há um enorme balcão, ao fundo, que dá para a cozinha completamente aberta, onde se podem apreciar as enormes e variadas peças de carne de várias origens, entre carnes frescas e maturadas. É um espectáculo digno de se ver, e abre desde logo o apetite a qualquer apreciador.
Já na mesa começamos por apreciar uma óptima variedade de tipos de pão, que se foram barrando com manteiga de cabra e gordura de porco alentejano, desde logo muito diferentes e deliciosas. Até que chegou o carpaccio de carne maturada com pequenas lascas de queijo curado, logo seguido do tártaro de carne El Capricho, também maturada, ovo e ervas por cima, muito bem preparados e que estiveram soberbos. Depois veio um costeletão, ainda de bela carne maturada, que antes tínhamos apreciado a ser cortado pelo chefe, grelhado no ponto, ou seja, muito bem marcado por fora, mas muito mal passado no interior e só com umas pedras de sal marinho por cima, já depois de sair da grelha. Perfeito!
Na companhia de batatas fritas aos palito no carvão. E não foi preciso mais nada… Beberam-se dois vinhos clássicos: o Branco do Dão Quinta dos Carvalhais de 1992 e o Tinto Casa Ferreirinha Vinha Grande de 1997. E como estiveram tão bem, ainda cheios de força mas ao mesmo tempo elegância, a libertar aromas suaves das castas mais tradicionais destas duas grandes regiões vinícolas.
As harmonizações estiveram impecáveis. Como não havia espaço para uma sobremesa, a opção foi um digestivo. E veio outra bela surpresa: o barman desceu á nossa mesa e serviu, com rigor e bom gosto, utilizando vários apetrechos, um whisky japonês Nikka, que rematou em beleza uma grande refeição. Depois, foi um passeio pela baixa pombalina, sempre um enorme prazer…
Largo Picadeiro, 8A – 1200-027 – Lisboa
Tel.-213471356
Fecha domingo e segunda-feira